G20 define mecanismos de controle para o mercado financeiro
Mundo | 26.09.2009
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, considera positivos os resultados do encontro do G20, grupo composto por grandes países industrializados e emergentes. "Foi uma viagem de êxito", descreveu a premiê sua participação na cúpula de Pittsburgh (EUA), durante um evento de encerramento da sua campanha eleitoral no sábado (26/07), em Berlim.
"Conseguimos implementar muita coisa. A Alemanha tem um peso grande", ressaltou Merkel, acrescentando que o Grupo dos 20 "acertou assumir em conjunto a responsabilidade pelo desenvolvimento econômico do mundo".
Controle estatal mais acirrado
Na cúpula de Pittsburgh, encerrada nesta sexta-feira, o G20 chegou a uma série de resoluções para prevenir crises econômicas de alcance mundial e dar mais peso às potências econômicas em ascensão.
As metas para o futuro incluem a criação de mecanismos para regular um "crescimento econômico forte, sustentável e equilibrado". A fim de gerar um equilíbrio de crescimento global, seria importante – entre outras coisas – fortalecer a demanda interna dos países que dependem em grande medida da exportação.
Quanto ao funcionamento do mercado financeiro, a ideia é assegurar que a inspeção estatal impeça no futuro excessos como as transações com hipotecas "podres", que levaram à atual crise financeira global. Nesse sentido, os países do G20 também pretendem assegurar ao mercado maior transparência em relação a instrumentos financeiros de risco.
Isso implica a criação de mecanismos que permitam chamar à responsabilidade empresas grandes que atuem em nível global, caso ousarem efetuar eventuais transações de risco.
Banqueiros ganharão menos
Quanto ao sistema bancário, o plano é de que os institutos financeiros aumentem a capitalização. Para impedir excessos, o G20 também criará padrões internacionais para limitar a remuneração dos executivos do setor financeiro.
A cúpula de Pittsburgh também confirmou o Grupo dos 20 como principal fórum de cooperação econômica internacional, valorizando-o em relação ao G8, grupo das principais nações industrializadas.
Quanto às instituições financeiras internacionais, o G20 decidiu transferir pelo menos 5% das cotas de participação do Fundo Monetário Internacional (FMI) aos países emergentes e em desenvolvimento. Dentro do Banco Mundial (Bird), a cota deverá ser elevada para 3%.
SL/dpa
Revisão: Rodrigo Rimon